28 de agosto de 2009

MISS IMPERFEITA

Martha Medeiros - Jornalista e escritora

(Texto na Revista do Jornal O Globo)

"Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.

Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.

Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo.


Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor.

Três dias.

Cinco dias!

Tempo para uma massagem.

Tempo para ver a novela.

Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.

Tempo para fazer um trabalho voluntário.

Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas.

Voltar a estudar.

Para engravidar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante"

27 de agosto de 2009

PORQUE SÓ DUAS CANDIDATURAS NO BRASIL PLURIPARTIDÁRIO?

Política nunca foi meu forte, são tantos os absurdos desde que me conheço por gente, que prefiro ser uma mera espectadora, torcendo pra que "Deus dê um jeito, porque somente ele será capaz", acompanhando tudo bem de pertinho, afinal: SOU BRASILEIRA! Por isso não posso deixar passar em branco o que escreveu o filho do querido ex-presidente JANGO, que infelizmente para nosso País, morreu no exílio. João Vicente Goulart além de defender literalmente com unhas e dentes as idéias do pai, escreve de forma impar.

Quem não se lembra do bipartidarismo que a ditadura nos impôs durante os anos de um país sem liberdade, de um país sem destino, de um país amarrado a censura com os direitos individuais tolhidos?

Quem não se lembra do nosso sistema político que se dizia lá no exílio era a legitimação política de dois partidos a uma feroz ditadura; um era o partido do sim, outro do sim senhor, na época da ARENA e MDB?

Demoramos muito tempo e paulatinamente viemos aprimorando dia a dia, eleição trás eleição o nosso sistema político, partidário e eleitoral, caminhando sempre na busca da melhora de nosso amadurecimento democrático. E fomos adiante quando conseguimos superar, logo em um primeiro momento o trauma de um impeachment de nosso primeiro presidente eleito, pelo voto direto, o triste episódio de Fernando Collor de Mello como há anos imaginávamos e sairmos ilesos em nossa emergente democracia pós-ditadura.

Por que hoje os políticos que agrupados em grandes partidos, PMDB, PT, PSDB tentam através de um sentimento mal interpretado querer propagar a tolice de inculcar a teoria que nossa próxima eleição presidencial tenha que ser entre o branco e o preto? Entre o lobo e a ovelha? Entre só uma esquerda e uma direitona? Entre só um candidato estatizante e outro privaticionista?

Nós brasileiros sabemos que a grande quantidade de pequenos partidos muitas vezes agem de forma servil aos grandes partidos, mas tê-los funcionando, sem dúvidas é uma conquista democrática da qual não podemos abrir mão com o risco de regredir na conquista livre e soberana da democracia plena.

Mas pior, muito pior é submeter-nos ao autoritarismo pragmático que tentam estes pseudo-donos da política que preza a raposa cuidar do galinheiro, como faz o PMDB, PT, DEM e PSDB, pensar que nós brasileiros após conquistar vários degraus de nosso processo democrático tenhamos que votar já no primeiro turno em apenas dois candidatos, como se fôssemos uma tropa de bois a passar entre o brete e a porteira.

Têm-se vários partidos funcionando, não necessariamente temos que escolher no que pensam as raposas dos grandes partidos de grandes alianças.

Para o bem destes partidos seria lógico que em nosso sistema eleitoral de dois turnos, tivéssemos a liberdade de escolher no primeiro, o candidato de nosso partido, até para ver o desempenho e fortalecimento dos mesmos, uma vez que vivemos em uma democracia pluripartidária e estes vários partidos só se fortalecerão lançando os seus própios candidatos. Teria que ser uma obrigação que ainda não tem base legal, mas que eleição pós- eleição iremos aperfeiçoando para dar robustez ideológica a estes partidos e não aos homens que neles militam.

Mas aí vem a cooptação dos maquiavélicos dirigentes dos grandes partidos querendo fazer do primeiro turno um embate plebiscitário entre os seus dois candidatos.

Mas pelo andar da carruagem vamos ter o que o nosso Brasil e seus eleitores merecem, caindo por terra a vontade unívoca de conduzir os votos da população plebiscitariamente.

Que bom seria ter Cristovam Buarque candidato pelo PDT, Marina pelo PV, Ciro Gomes pelo PSB, Dilma pelo PT, Serra pelo PSDB, Cesar Maia pelo DEM, Eloísa Helena pelo PSOL e candidatos a presidência também pelo PP, pelo PRB, e por todos os outros que queiram ter essa representação no primeiro turno para consolidar o pleito.

Sem dúvidas o panorama seria diferente e vários candidatos favoritos cairiam no caminho como castelos de cartas.

Será mais um avanço da conquista de nosso povo em derrubar oligarquias políticas a serviço de seus interesses pessoais.

A vontade das raposas não prevalecerá.


Plagiando Cervantes; -“Los perros ladran Quijote”. “Senhal que caminamos, Sancho”.

Artigo de João Vicente Goulart.

Brasilia 14 de agosto de 2009.

26 de agosto de 2009

DESAFIO PHILLIPS

Criatividade é o que não falta circulando na internet, produtos que valem a pena divulgar, este ainda abre oportunidade para novos talentos.

Curiosa e divertida peça publicitária documenta uma experiência da empresa holandesa de eletrônica Philips, feita com um galo de fazenda chamado Simon.

O objetivo era testar o produto "Philips Wake-upLight" (lâmpada para acordar) e o desafio era o seguinte: se, dentro do galinheiro, a lâmpada conseguisse fazer o galo cantar antes do alvorecer, então seria o sucesso.

Montaram então toda uma parafernália eletrônica de áudio e vídeo perto do galinheiro - o Rooster Control Center (centro de controle de galo). Interligaram sensores, cabos de rede, caixas de som, câmeras, fotômetros, tripés e células fotoelétricas. A lâmpada em teste se acenderia às 3h00m da matina, não como uma lâmpada comum, de repente.
Mas sim lentamente, aos poucos, como se fosse o sol nascendo, em "fade up".

Generosos, membros da equipe optaram por instalar até um móbile com caixa de música para dar mais conforto a Simon na hora de dormir. À hora aprazada, a lâmpada acendeu como previsto. E o resultado... bem, o vídeo em anexo vale a pena ser visto.


Com isso, a empresa disparou seu concurso de idéias criativas:
"Quem consegue desafiar a Philips?".

Um canal especial no Twitter é dedicado a captar ídéias de propostas feitas por usuários. O prêmio é uma TV Philips Cinema Ambilight 21:9, super widescreen.

O site oficial é www.philipsvs.com

Um canal no Flickr também foi criado.